segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando arte e vontade de fazer acontecer se encontram

Marinha Luiza
Acontece no dia 30 de setembro, em Betim na região metropolitana de Belo Horizonte,  o encerramento do “Festival Inverno de Cultura”, (FIC). Desde o dia primeiro do mesmo mês o festival tem reunido, em sua grande maioria, artistas locais em apresentações que vão de peças de comédia a shows de rock, pelo valor simbólico de R$1,99.
                O festival, organizado por Pedro Marra,com o apoio da Fundação Artístico Cultural de Betim (FUNARBE), é inédito na cidade, que possui dois eventos que fazem parte do calendário municipal há cerca de 20 anos, o “Betim Rural” e a “Feira da paz”, ambos voltados para apresentações musicais de artistas atuais do cenário nacional, mas ainda não havia realizado festivais de cunho cultural, com participações de grupos de teatro e de dança.
                Desde o começo do ano de 2009 a cidade tem recebido peças teatrais no auditório do Clube SESI (Serviço Social da Indústria)e já teve duas edições do “Betim Fest Music”, festival que apresenta bandas que se formaram em Betim e premia uma vencedora escolhida por voto popular. Mas para Pedro Marra, um jovem de 17 anos que, juntamente com a irmã Gabriela Marra, fundou a Cia. Alma Dell’Art e organizou o FIC, isso ainda não era suficiente. “Esse evento é inteiramente artístico-cultural e esses outros não. Eles são de cultura de entretenimento”, diz.
                Segundo Marra o a idéia do festival surgiu a partir da votação do orçamento participativo. O cidadão betinense deveria decidir entre a construção do teatro municipal ou de um novo hospital regional. Muitos artistas se uniram em prol da construção do teatro e com uma diferença de 394 votos essa foi a obra vencedora. “Os artistas foram todos pra rua, e os que não puderam, por causa de trabalho, mandavam e –mails. Estava todo mundo contribuindo e isso consolidou muito o trabalho de todos nós. Esse foi um dos fatores que fez o festival possível porque a gente uniu todo mundo, teatro, música e dança”, comenta o organizador.
Público

Lucas Damasceno, morador da cidade, ficou sabendo do festival através de amigos e acha uma excelente idéia. “Além de promover os já escassos eventos em Betim ainda o fazem a preço popular”, diz.
                Bruna Santos, estudante que também mora em Betim, não participou de nenhum dia do FIC porque, segundo ela, o festival não foi divulgado nos lugares em que freqüenta. “Se ficasse sabendo, e fosse acessível ao meu bolso eu  iria”, disse a estudante, que ainda não sabia do valor das apresentações.
                Vanessa Rodrigues, designer gráfica e fotográfa, achou o evento fantástico. “Vários talentos foram divulgados e reconhecidos nesse evento, e precisamos disso”, disse. Rodrigues completou sua fala dizendo que o número de pessoas que assistiram o evento foi muito bom. “Como foi o primeiro evento e foi realizado durante a semana, o público foi ótimo, principalmente por essas questões”.
             Os artistas
            
                Para Edwagner Manjuste, vocalista da Banda “Claro Enigma”, foi muito gratificante participar de um evento que enfatiza cultura. “Para mim foi um imenso prazer participar. Nossa cidade é muito rica de talentos de todas as áreas culturais e neste festival pudemos colocar em palco um pouco do nosso trabalho e apreciar os dos colegas”, afirma o músico.
                A oportunidade de fazer um show em sua própria cidade foi apreciada por Eduardo Oliveira, integrante da banda “Didáticos”, que sempre se apresenta em Belo Horizonte. Para ele, o FIC é importante não só para os artistas, mas para a cidade como um todo. “O público está tendo a oportunidade de ver apresentações que, infelizmente, são raras em nossa cidade, como teatro, dança e bandas de variados estilos”, falou. Segundo ele, a banda espera que possam surgir mais iniciativas como esta na cidade para “aumentar o contato dos moradores com a cultura”.
                O festival, que apresentou encontro de violeiros, sabatinas sobre políticas culturais, mostra de artes visuais, entre outros, conta ainda com a participação de Hugo Guedes que apresenta o show “Eu, por exemplo”, nesta terça-feira, dia 28 de setembro, e de convidados dos jornais “O Tempo Betim”, “Aqui”, “Super Notícias”, “Em Foco” e “Tv Betim”, que participarão do “Papo de Palhaço”, um debate aberto sobre mídia e cultura que acontece na quarta-feira, 29.
                Na quinta-feira, dia 30, a apresentação da banda “Cardiofônica” encerra o FIC em uma confraternização com os artistas na Casa da Cultura.
Projetos Futuros<摼ş>
                A partir do dia primeiro de outubro Pedro Marra vai começar a pensar em outros projetos e parcerias. Segundo ele, organizadores de outros eventos já o procuraram para ver o que poderiam fazer juntos após o FIC, mas no momento ele pensa apenas em seus próprios projetos. “Por enquanto eu tenho em mente o festival.Provavelmente entre julho e agosto do próximo ano deve acontecer o segundo FIC”, disse Marra que, além do FIC, ainda pretende organizar um bazar cultural e uma mostra de teatro no começo de 2011.

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